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Aplicações da Ibogaína: Depressão

 

 

A depressão é um transtorno mental caracterizado por um conjunto de sintomas que afetam o estado emocional, o comportamento e a saúde física da pessoa.

Os sintomas incluem:

– Tristeza persistente e desânimo
– Perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram consideradas agradáveis
– Alterações no sono, como insônia ou sonolência excessiva
– Fadiga e falta de energia
– Redução da concentração e da capacidade de tomar decisões
– Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
– Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio

A depressão é uma condição de saúde mental bastante comum em todo o mundo, afetando milhões de pessoas de todas as idades, gêneros e etnias. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão, sendo uma das principais causas de incapacidade. No Brasil, estima-se que a depressão afete cerca de 5,8% da população adulta (cerca de 11,5 milhões de pessoas).

A depressão é mais comum em mulheres do que em homens, e estima-se que as mulheres tenham uma taxa de prevalência 50% maior do que os homens, podendo ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens e de meia-idade. A OMS estima que a idade média de início da depressão é de 32 anos.

A taxa de depressão aumentou significativamente durante a pandemia de COVID-19, com estudos mostrando que a pandemia teve um impacto negativo na saúde mental das pessoas em todo o mundo.

A depressão pode ser classificada em diferentes tipos, dependendo da intensidade e duração dos sintomas. Entre as principais formas de depressão estão a depressão maior, a depressão resistente (transtorno depressivo persistente), a depressão pós-parto, o transtorno afetivo sazonal e a depressão bipolar, podendo ser desencadeada por diferentes fatores, como estresse, eventos traumáticos, desequilíbrio químico no cérebro e histórico familiar de depressão. Além disso, a depressão pode ser um sintoma de outras condições médicas, como doenças cardíacas, diabetes, câncer e doenças autoimunes.

A depressão resistente é um termo usado para descrever a depressão que não responde adequadamente aos tratamentos convencionais, como medicação antidepressiva e psicoterapia. A depressão resistente pode ser um desafio para os médicos e pacientes, pois pode afetar significativamente a qualidade de vida e aumentar o risco de suicídio.

Em pesquisa publicada na revista ACS Chemichal Neuroscience (http://doi.org/10.26434/chemrxiv.12001407.v1) no ano de 2019, foi avaliado o efeito antidepressivo de uma única dose de ibogaína em ratos , tendo os autores chegado a seguinte conclusão: “o efeito antidepressivo produzido uma única dose de ibogaína não pode ser reproduzido por uma dose equivalente de fluoxetina (um antidepressivo clássico), confirmando os relatos dos efeitos antidepressivos da ibogaína em indivíduos dependentes de opioides.

Em 2022,  em estudo publicado no Brazilian Journal of Psychiatry (https://doi.org/10.47626/1516-4446-2021-2359), uma mulher de 47 anos com história de 20 anos de transtorno bipolar tipo II apresentou um episódio de depressão grave de gravidade moderada (CID-10 F31.4). Na avaliação inicial, a paciente queixou-se de tristeza, baixa autoestima, desesperança, ansiedade, dificuldade de interação social, perda significativa de peso, anorexia, prostração, insônia, cognição negativista e dificuldade para trabalhar, que respondeu mal ao escitalopram 15 mg/dia . Ela foi encaminhada para tratamento com microdoses de ibogaína em uma clínica particular a seu pedido. Duas cápsulas de cloridrato de ibogaína, contendo 4 mg de ibogaína cada (aproximadamente 1% de uma dose única convencional completa), foram administradas duas vezes ao dia durante 60 dias. A paciente optou por diminuir os medicamentos (estabilizadores de humor e escitalopram) por conta própria. Alprazolam (2 mg/dia) foi mantido.

Após 15 dias, os autores do estudo observaram um melhora geral em relação à avaliação inicial, bem como alguma recuperação funcional. Ela relatou maior clareza mental, pensamento organizado e perspectivas positivas em relação ao futuro. Após 43 dias, ela relatou aumento do apetite e iniciativa para se envolver em atividades profissionais. Mesmo 30 dias após a interrupção da ibogaína (dia 60), ela manteve a melhora, que persistiu até o dia 90. Ela retomou suas rotinas e restaurou os contatos pessoais e sociais, levando os autores concluírem que a microdosagem diária de ibogaína foi associada à melhora dos sintomas de depressão e ansiedade.

Hipoteticamente, a ibogaína pode exercer seu efeito antidepressivo clínico como resultado de uma ação farmacológica direta combinada e uma experiência de expansão da consciência.

Apesar de muitas evidências, mais estudos são necessários para investigar o suposto efeito antidepressivo da ibogaína.

 

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