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Aplicações da Ibogaína: Doença de Parkinson

 

 

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa crônica e lentamente progressiva, associada à perda de células cerebrais produtoras de um neurotransmissor chamado dopamina, que atua no controle das mensagens entre regiões do cérebro que, em conjunto, controlam os movimentos e a coordenação no corpo.

Os sintomas da Doença de Parkinson incluem:

  • Tremor: agitação dos membros (na maioria das vezes começando nas mãos e braços e movendo-se gradualmente pelo corpo)
  • Bradicinesia: lentidão dos movimentos
  • Rigidez: rigidez dos músculos, que pode causar cãibras musculares
  • Problemas de equilíbrio
  • Anosmia: perda do olfato
  • Disfunção erétil
  • Depressão
  • Ansiedade
  • Comprometimento cognitivo leve: problemas de memória e resolução de problemas
  • Demência: perda severa de memória, alucinações e pensamentos ilusórios

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 1 a 2% da população mundial acima dos 65 anos sofre com a doença (8-10 milhões de pessoas) e espera-se que o número de pessoas com a doença aumente em mais de 60% nos próximos 20 anos.

Cerca de 4% das pessoas com doença de Parkinson são diagnosticadas antes dos 50 anos e os homens são mais propensos a ter esta doença do que as mulheres.

No Brasil, o Ministério da Saúde estima que existem mais de 200 mil casos de Parkinson e mais de 1,5 milhão de profissionais, amigos e familiares que convivem com a dura rotina dos pacientes acometidos pela doença.

A doença de Parkinson é referida no meio médico como uma doença Idiopática, ou seja, uma doença a qual não se conhece a causa. No entanto, novas evidências sugerem que seu principal mecanismo patogenético pode estar relacionado a uma reação autoimune que está presente antes mesmo do aparecimento dos primeiros sintomas.

Grande parte dos sintomas do Parkinson são provocados pela falta de dopamina no cérebro, portanto, muitas medicações têm o objetivo de reproduzir os efeitos desse neurotransmissor, reduzindo o tremor, a rigidez muscular e melhorando a capacidade de coordenação de movimentos. Esses medicamentos costumam apresentar ótimos resultados conseguindo controlar os sintomas por anos. No entanto, com o passar do tempo, é necessário ajustar a medicação e até associar novas drogas para manter os mesmos efeitos.

Uma das opções revolucionárias para o tratamento do Parkinson é proteger os neurônios dopaminérgicos contra a morte celular por meio da ativação de fatores neurotróficos, cuja função no cérebro é fornecer efeitos neuroprotetores e regeneradores das células nervosas.

O fator neurotrófico derivado de células gliais (GDNF), descoberto em 1991, tem um papel especial na proteção dos neurônios dopaminérgicos. Sua principal função é garantir a sobrevivência dos neurônios e estimular a formação de novas sinapses neuronais. Estudos revelaram que o GDNF tem múltiplos benefícios para os neurônios dopaminérgicos no mesencéfalo e é amplamente investigado como uma possível terapia para Parkinson. Além disso, experimentos mostraram que a administração de GDNF pode suprimir a morte celular no cérebro de modelos animais. Além disso, há um estudo em humanos que relatou quase 40% de melhora nos sintomas após o Parkinson induzido e nenhum efeito colateral após a terapia. 

O vídeo a seguir demonstra pacientes com Doença de Parkinson antes e após o tratamento com GDNF

 

Um relato de caso de um dos participantes do estudo clínico revela que a infusão de GDNF não só protege, mas também estimula a formação de novos neurônios de dopamina no cérebro humano e o referido paciente de Parkinson experimentou melhorias clínicas significativas. No entanto, a infusão direta no cérebro é a única forma eficaz de administrar GDNF. Este método é arriscado, invasivo e inconveniente. Quaisquer alternativas, como a administração via sangue ou líquido cefalorraquidiano, não são eficazes para atingir o mesencéfalo.

Cateter inserido no cérebro do paciente para infusão do GDNF

Por outro lado, a ibogaína é um potente estimulador bem conhecido do GDNF. Testes em modelos animais relatam que o alcaloide é potente na regulação positiva da expressão de GDNF no sistema nervoso central. Lá, o GDNF pode efetivamente proteger os neurônios dopaminérgicos e até estimular a formação de novos.

Um paciente foi diagnosticado com Doença de Parkinson aos 69 anos. Seus sintomas incluíam dificuldade em se equilibrar, falar e usar as mãos. Em 2014, o paciente foi tratado com ibogaína, que ele tomou em pequenas doses de 4mg duas vezes ao dia como parte de um ensaio clínico. Após um mês tomando ibogaína, ele notou uma melhora em todos os seus sintomas e conseguiu fazer coisas que não fazia antes, como usar os dedos para pegar objetos, ter conversas completas e abotoar a camisa. “E mesmo com quatro miligramas, que é uma quantidade muito pequena, depois de duas semanas tive grandes melhorias”, disse o paciente D em uma entrevista.

Até o momento, não houveram estudos clínicos investigando se a ibogaína pode melhorar a doença de Parkinson. No entanto, pesquisas em estágio inicial estão em andamento na Universidade de Columbia-EUA.

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